
O turnover é uma realidade constante no universo corporativo, mas nem sempre suas causas e soluções são tratadas com a devida estratégia. Para que a gestão de pessoas seja eficaz, é fundamental entender que existem dois tipos principais de rotatividade: o turnover voluntário e o involuntário.
O turnover voluntário acontece quando a saída parte do próprio colaborador. Isso geralmente ocorre por insatisfação com a cultura da empresa, falta de perspectiva de crescimento ou busca por melhores condições de trabalho. Já o turnover involuntário é aquele motivado por decisão da empresa, seja por baixo desempenho, mudanças estruturais ou desligamentos por questões comportamentais.
Compreender essa distinção é o primeiro passo para formular estratégias adequadas de retenção e desenvolvimento. Neste artigo, vamos explorar as causas de cada tipo de turnover, apresentar soluções eficazes e mostrar como identificar qual é mais recorrente na sua organização.
Causas: Insatisfação (Voluntário) vs. Desempenho (Involuntário)
O turnover voluntário é impulsionado principalmente por fatores internos ao colaborador: desmotivação, desalinhamento com a cultura da empresa, falta de reconhecimento ou estagnação na carreira. Um colaborador que sente que sua evolução não está sendo considerada tende a buscar novas oportunidades, mesmo que esteja desempenhando bem suas atividades.

Dados da Gallup mostram que 52% dos colaboradores que pediram demissão afirmam que seus gestores poderiam ter evitado a saída com pequenas mudanças no ambiente de trabalho ou reconhecimento. Isso demonstra como a insatisfação pode ser silenciosa e acumulativa.
Já o turnover involuntário ocorre quando a empresa decide pelo desligamento. Isso pode acontecer por resultados abaixo do esperado, comportamentos inadequados, ausências frequentes ou reestruturações internas. Em muitos casos, esse tipo de turnover está relacionado a falhas no recrutamento ou na integração do colaborador ao ambiente corporativo.
Empresas que não realizam processos seletivos estruturados ou que negligenciam o onboarding acabam elevando esse tipo de rotatividade. De acordo com a SHRM (Society for Human Resource Management), 50% dos desligamentos involuntários estão ligados à contratação de perfis inadequados.
Por isso, identificar as causas predominantes é essencial para corrigir a origem do problema. Enquanto o voluntário pede empatia e escuta ativa, o involuntário exige processos seletivos mais robustos e gestão de desempenho mais clara.
Soluções para Turnover Voluntário
Reduzir o turnover voluntário exige um olhar atento à cultura da empresa, ao clima organizacional e às necessidades reais dos colaboradores. Uma das principais causas apontadas é a falta de perspectiva de crescimento. Sem um plano de carreira claro, o colaborador sente que está estagnado e começa a buscar novas oportunidades.
Melhorar a comunicação interna também é fundamental. Colaboradores querem se sentir ouvidos e valorizados. Práticas como feedbacks constantes, reconhecimento de conquistas e envolvimento em decisões podem fazer toda a diferença.
Outro ponto é a remuneração e os benefícios. Embora não sejam os únicos motivadores, muitas demissões voluntárias acontecem por ofertas salariais melhores em outras empresas. Ter um pacote de benefícios competitivo e flexível é um diferencial.
Programas de bem-estar e qualidade de vida também são aliados. Empresas que oferecem recursos para cuidar da saúde física e emocional de seus colaboradores apresentam taxas mais baixas de turnover voluntário.
Por fim, é essencial investir em lideranças preparadas. Muitas vezes, a saída é motivada por gestão ineficaz. Treinar líderes para ouvir, orientar e engajar é estratégico para reter talentos.
Soluções para Turnover Involuntário

O turnover involuntário está diretamente ligado às práticas de contratação e à clareza das expectativas desde o início da jornada do colaborador. O primeiro passo para reduzi-lo é revisar o processo seletivo, garantindo que ele seja estruturado e focado tanto em competências técnicas quanto em fit cultural.
A utilização de testes comportamentais, entrevistas por competências e dinâmicas são formas eficazes de prever a performance futura do candidato. Mais importante que o currículo, é o quanto o profissional está alinhado aos valores da empresa.
Outro ponto essencial é o onboarding. Quando bem feito, ele acelera a adaptação e melhora o desempenho nos primeiros meses. A falta de integração e treinamento contribui para baixo rendimento e futuras demissões.
A avaliação contínua de desempenho, com feedbacks construtivos e metas claras, também ajuda a identificar desvios antes que se tornem crônicos. Isso permite correção de rota e evita desligamentos desnecessários.
Por fim, crie um processo de desligamento estruturado e com entrevistas de saída. Isso permite identificar padrões e ajustar falhas recorrentes. O aprendizado com as saídas é valioso para reduzir a reincidência.
Checklist: Como Identificar Qual Tipo Domina sua Empresa
Saber se o seu turnover é majoritariamente voluntário ou involuntário é vital para agir com assertividade. Para isso, é necessário adotar um processo de análise constante das causas de desligamento.
- Mapeie os dados dos últimos 12 meses: Classifique cada desligamento como voluntário ou involuntário.
- Realize entrevistas de desligamento: Ouvir os motivos relatados pelos colaboradores que saíram voluntariamente ajuda a identificar padrões.
- Avalie os relatórios de desempenho: Verifique se os desligamentos involuntários estão relacionados a baixa performance, conduta ou adaptação.
- Monitore indicadores de clima organizacional: Insatisfação e baixa motivação antecedem saídas voluntárias.
- Converse com os líderes: Eles têm percepções valiosas sobre as dinâmicas das equipes.
Após identificar o tipo dominante, implemente planos de ação específicos. O importante é tratar a causa-raiz, e não apenas os sintomas da rotatividade.

Decisões a serem tomadas
O turnover é inevitável em qualquer organização, mas entender suas causas é o que diferencia empresas reativas de empresas estratégicas. Saber distinguir entre turnover voluntário e involuntário permite aplicar soluções personalizadas e eficazes para cada caso.
Enquanto o voluntário exige foco em cultura, reconhecimento e clima organizacional, o involuntário pede rigor nos processos seletivos e boa gestão de desempenho. Um RH inteligente trabalha com dados, escuta ativa e planos de ação consistentes.
Monitorar, analisar e agir são os pilares para reduzir a rotatividade e aumentar a retenção de talentos. E você, já sabe qual tipo de turnover predomina na sua empresa?
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